6.4.08

Amado

Na mansuetude, meu coração
é paz. É paz-fria, na guerra ao casto.
A minha pele esfria.
Eu me abraço.

Sozinho eu rio
meu Nilo. Meus sagrados.
Mas meu rio deságua no deserto.
E rir não tem a mesma graça,
nem pesca.
Meu rio resta dentro de um cacto,
areias, areias, o êxodo. O sol vermelho.
Meu pagão, é padre.
E nos teus lábios, cabem
A Nova Era.

A Arte renovada. Nos teus lábios ardem
essa espera.

É por ausentar-me do firme timbre,
nos passos. Sacros.
Por rezar de punho armado de flores.
Que outorgo a dor às músicas.
Mereço menos.
Elevo o beijo das núpcias
e não os tremo.
Sangro céus inteiros,
consolo infernos.
E nos teus braços, vejo
A Nova Era.

Intento.

Um pé de noites.
Uma perna celeste. E estrelas
feito terras férteis.
A minha sorte é nobre.
Mas sem amados.
Cem mulheres.
Um pedido faço, por esmeros.
Tenho da cor, o pálido.
Da corrida, o rastro.
O caminho são essas arestas
do deserto.
E no teu destino, faço
A Nova Era.

Volta. Sinto falta das colheitas.
Assim te espero. Sereno.

Por que me abandonas?
Por que me segue?
Tenho peste. Sou hecatombe.
A cólera é meu rosto.
Meu porte. Meu homem.
Por que não me deixas solitário?
Tenho sândalo. Sou safra.
A colheita é meu legado.
Minha luz. Minha alma.
E na tua saudade, abro
A Nova Era.

Meu pagão reza.
Meu padre te deseja.
Visto minha força indelével
e venço o exílio no proclamado deserto,
sem tua vida.
Vossas visões me aproximam
de Deus e delírio a água pro vinho.
A lira.
Teus lírios.
No teu corpo finda os infinitos.
A água que te escorre diáfana, corre,
lava, irradia A Nova Era.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH

2 comentários:

  1. FORTE
    FORTE
    até a última palavra

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  2. Apenas a matéria vida era tão fina
    E éramos olharmos na intacta retina
    Da cajuína cristalina em Teresina

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