12.8.11

trecho do ato 2, sobre P.

Seu corpo é insinuantemente virgem. (...) um farol de desejos à beira
de um mar; como se desejos se perdessem e olhassem para ele para
saberem onde estão. (...) a prece que ele fazia a noite; ao sexo que
ele sonharia. (...) O mais bonito de P. habitava nos gestos desse
corpo: o que colocavam as suas mãos quando me tocavam o rosto – ...o
elemento que elas punham em mim-; o que elas apertavam com os dedos ao
segurar um livro, nas rupturas de um livro, nas colisões entre sua
própria história e a vida das palavras. A beleza de P. não é nome que
lê-se em voz – ou coisa alguma concreta -, mas o pensamento cintilante
que lhe ocorria toda noite: a volúpia da harmonia entre seu corpo
virgem e seu significado de beijos, lâminas de peles e vociferações.

18.3.10

modelo vivo, carvão em A3.

Não está pronto ainda. Essa foi a etapa com modelo vivo. Acho que ele posou por quase 2 horas...




1.3.10

Prefácio 2

- Introdução ao século XIV e à inquisição dos Ateus –

1

Uma estadia neste século XXI: eis a declaração da minha mortalidade: a estadia. Vim para esta vida, leitor, com a política de outros tempos, uma reminescente percepção estética, algo de grécia, algo de barroco – a sombra – e algo de outras esferas. É como se as idéias reencarnassem para evoluir;

o sentimento reencarnasse. Porque não há de terminar em ti, o que posso, ainda que trepidante, conduzir.

De bom grado, peço que fiquem por aqui, num século seguro. No século XXI. Não venham. Alguns caminhos X não têm volta.

Essa Era, sobre a qual serei guia, é ateísta até mesmo para com suas aflições. Homens não acreditam em cura, porque o termo acreditar não lhes serve para nada. Uma Era que despedaça o tecido volátil do espaço-tempo: desacreditam na criação.

2