20.3.08

O sono das Tulipas

Para Elisa d'Abreu



A vida não é literatura.
Não mergulha em capítulos.
É. Infinito nomeado Ser.
Um prefácil sempre difícil,
de assinaturas renováveis.

Pra que te encerras, à livros
da última década, à litros das próximas
letras de vidas em breve
amarelas, porém eternas? O papel
que desgasta. Encerra-te ao
morrer no verniz da última
página. Por quem o púrpuro
é prata? Sobre nós a teia, a geleira sem neve,
desgasta, e vosso ronco
embala (e chicletes agarram) teu sono.

O sono de quem vive só(terrado)
com um epitáfio escrito na cabeceira.

Avisa-me a vida, vida.
Se gritas estendida, se vara nos carros
de todos os dias, na rotina, se é meu intelecto
ou minha experiência. Se erro e te faço minha,
e tua ausência é evitar a tentativa.

Por quem vive, Tulipa?
Senão tarde, vive
por santos,
sonhos e promessas de rosas?

Devia era viver agudo, cortante,
a carne
santificada e rude antes tarde
do que nuvens.

A vida é
: a terra, e aquilo que enterra, os fins,
a terra prometida e a realidade
com olheiras à margem da idade.
Devias, acordada, a vida insistir.
: no sono superado, no sonho não acometido.
Sono desejando-se tão limpo, tão mais
que o impossível grunhindo já na vitória, já história.
Viver devias à vida.
: o visto de olhos-ganchos, apreendendo a vida.
O real mais incomensurável.
A vida desmedidamente vida, risos,
antes da sonâmbula prece, sorrisos
bem terrestres.

Encerra-te nas roucas finalidades. Vela
o inútil, (é implícito o fruto, pega! A maça é vermelha
e combina com a tua mordida. Reza apenas
a tentação ser provada, não lida nas linhas
condenadas da vossa bíblia.)
Vela o gatilho
do presidente, o risco (pela raiz)
da guerra ao ranger dos vossos dentes,

encerra.

Porque quando a Tulipa acorda,
Elisa, temos a ti.

Nunca à espreita da vida,
ela que avança e cobre sempre tuas esperanças,
de fé.



(eu sei, poesia complicada... eu acho... pq nao entenderam até agora...)

(opa! agora entenderam!!!) (Nao gosto de achar escrever para poucos entenderem. Quero que sintam, claro, o peso ou a leveza ou a..hm... a alma, que seja, da poesia, claro. Mas... mas... entender é mais que fundamental para mim (tem sido, ao menos... e pretende continuar assim... é o fundamento do que faço. Caso contrario, para que divulgar: sentir já é comum por aqui. Gracas a Deus... )

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