I (o início)
Na mansuetude, meu coração
é paz. É paz-fria, na guerra ao casto.
A minha pele esfria.
Eu me abraço.
Sozinho eu rio
meu Nilo. Meus sagrados.
Mas meu rio deságua no deserto.
E rir não tem a mesma graça,
nem pesca.
Meu rio resta dentro de um cacto,
areias, areias, o êxodo. O sol vermelho.
Meu pagão, é padre.
E nos teus lábios, cabem
A Nova Era.
A Arte renovada. Nos teus lábios ardem
essa espera.
É por ausentar-me do firme timbre,
nos passos. Sacros.
Por rezar de punho armado de flores.
Que outorgo a dor às músicas.
Mereço menos.
Elevo o beijo das núpcias
e não os tremo.
Sangro céus inteiros,
consolo infernos.
E nos teus braços, vejo
A Nova Era.
Intento.
Um pé de noites.
Uma perna celeste. E estrelas
feito terras férteis.
A minha sorte é nobre.
Mas sem amados.
Cem mulheres.
Um pedido faço, por esmeros.
Tenho da cor, o pálido.
Da corrida, o rastro.
O caminho são essas arestas
do deserto.
E no teu destino, faço
A Nova Era.
Volta. Sinto falta das colheitas.
Assim te espero. Sereno.
Por que me abandonas?
Por que me segue?
Tenho peste. Sou hecatombe.
A cólera é meu rosto.
Meu porte. Meu homem.
Por que não me deixas solitário?
Tenho sândalo. Sou safra.
A colheita é meu legado.
Minha luz. Minha alma.
E na tua saudade, abro
A Nova Era.
Meu pagão reza.
Meu padre te deseja.
Visto minha força indelével
e venço o exílio no proclamado deserto,
sem tua vida.
Vossas visões me aproximam
de Deus e delírio a água pro vinho.
A lira.
Teus lírios.
No teu corpo finda os infinitos.
A água que te escorre diáfana, corre,
lava, irradia A Nova Era.
II (o fim)
Na mansuetude, minha voz te fala
menos de nós.
Acalmo-te a alma
e deito-me na luz de nossas lembranças.
Hoje já só desespero a Esperança,
- sóbria e santa -
e não te quero o mesmo.
Nem cândido,
nem violento.
Saudável ou enfermo,
até que a vida nos amarre.
Quero o teu vento.
Vosso espírito é feito de Eras,
e como a Nova,
tu inventaste a derrota
para a nova vida,
viver teu enterro.
E assim te leio
letras, até a última pilha da lanterna.
Até que somes no escuro.
Tudo. E não voltarás,
continuarás teu rumo,
distante do meu colo,
e propósitos escusos
de amores terrenos.
Estás longe.
Estás vivendo.
III (enfim!)
ah, me deixa sem ar com as palavras.
ResponderExcluirsempre;
... Sem palavras
ResponderExcluirTambém somos humanos.
ResponderExcluirNão se mutile, não ME mutile.
O ar que respiramos passa pela mesma carnificina ambulante que sustentamos.
Não pense que ter um corpo é derrota, não pense que viver na terra é derrota. Não pense que amar CORPO [e alma] é derrota.
Meu propósito [caminho] é o mesmo, talvez mais longo, talvez mais curto, talvez [o caminho] seja o mesmo.
Sei o que dói ao corpo, sei o que arranca o corpo, sei como extorquir a alma dele, e de muitos outros.
[Acho que]Sei viver puro,
[Acho que]sei viver impuro,
entre eles prefiro o ímpeto de viver corpo-e-alma, uma paz honesta.
[Dizem que os honestos são os verdadeiros.]
Um corpo me foi dado,
Minha alma Nova Era ainda vive,
A variante de Eras está viva,
A luz [e a luz morta] estão,
Meu corpo tem alma,
Um corpo de t[T]erra, cheia de Eras e a Nova Era.
À Nova Era [que não é solitária]
À Nova Vida [de paz honesta e verdadeira]
À Nova Era [escondida], não a minha [de mentira] e a sua [de mentira].
À Nova Era.]
ficou ruim
Um corpo de t[T]erra, cheia de Eras e espera, Esperança [VIVA!]a Nova Era.
ResponderExcluirli enfim "amado" em retalhos, partido em pedaços, exatamente como foi publicado.
ResponderExcluirSozinho eu rio. Vc Nilo. E porqualquer razão que eu não sei explicar, o Egipto sempre presente na tua obra.