5.5.09

Capítulo 7 (O panorama.)

O PROCESSO ANTERIOR

Até onde eu sei
É o aqui.
E até onde o amor sabe de mim,
à frente de mim,
na ilha fértil que espera por mim,
onde não soube sentir o suficiente,
e agir devidamente,
não há riscos
em seguir sem a tua reciprocidade.

E digo isso para o mundo.
Primeiro eu te desejo um rumo.
Depois me alimento das suas perdições
e te esqueço.
Por um prêmio, te relembro.
Quero o meu lugar
na história e nas tuas escolas.
Amo o momento,
o clímax que me privilegia e nada
além do efêmero.
Depois te perco e vem um ressentimento nulo.
Eu bebo o mar revolto
porque a sede de ti eu invento agora que não te tenho.
Eu respiro o ar dos outros,
quando ninguém compreende a beleza do meu sofrimento.
Quero a ti como nunca quis antes,
pois sei que antes de tê-lo eu não sentia a ausência que caminha comigo,
dizendo as coisas finitas que sempre lembro.

Há um saber absoluto (E de vastos anos. Anos terrenos abertos.)
de um amor consciente do valor do mundo.

E do presente.

Porque esse presente eterno que vive agora agora,
nesse poema que lês e toma-te o tempo,
foi o passado e será o futuro da vida.

Eterna vida que será o passado e foi o futuro agora que termina
essa poesia.

Por isso primeiro te tento.
Depois te desprezo, mundo.
Depois fico enfermo.
Depois rezo ajoelhado no meu tumulto.
Depois te quero.
Depois a vida é melhor que o seu contrário.
Depois, primeiro me tento aperfeiçoar.
E me desprezo por ser os meus erros; tão humano o meu medo de arrependimento;
E quero ser amado antes de amar.

Primeiro eu sopro, depois eu vento.

Amá-lo como a mim mesmo
é:
olhar hoje
com os seus
olhos no espelho
e dizer ao ego
que tenho beleza
mesmo não vendo
da onde nasce essa certeza.

Vivi a ti como a ti vejo.
E sendo-te, os desejos e os sonhos,
sabendo teus medos
e entendendo o teu santo,
eu o quis feliz,
comigo ou
com
o meu abandono.

Há uma imensidão de sonho..
…e de arte,
nas minhas lembranças
de nós dois.

Lembro que você sorria,
hoje no carro,
e a Nina cantava
a nossa palavra,
a nossa promessa
de envelhecer amigos.
E renascer.

E cada vez que te amo,
com interlúdios e estudos de Chopin,
abraço mais a liberdade do amor que é de virtudes,
e voa como música entre nossas harmonias.
Abraço o teu momento ao meu lado.
E nossas noites.
Legados.

2 comentários:

  1. Obrigado por ter colocado de novo este poema.
    Apenas o tinha lido uma vez
    E senti falta dele, quando foi apagado.
    Temi que o tivesse rasgado.
    E que para sempre se tivesse perdido.
    É diferente dos outros. Mostra-te mais carnal, mais humano, mais á flor da pele
    E a forma cuidada de como tu escreves o verbo desejar, num pretérito mais que perfeito.

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  2. Nina sempre canta, encanta, desencanta. enfim.
    Deu pra entender, na vida real.
    na surreal tb.

    agora deixe-me tratar de uma pessoa doente.
    =**

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