Jamais ouvirei olhos como os seus,
que dizem, ao meu pranto de loucura, a lucidez.
Beijo seus olhos como bebo seus nervos,
enervo, em delírio, seus derradeiros anseios.
Pisca, e, se pisca, esconde-me nesses cílios,
durmo onde as pálpebras comprimem os rios
e o bebo. Tenho com teu peito, meus filhos,
sonho que sonho a realidade que piso.
Não é preciso, é verdadeiro, se vejo seus lábios,
os vejo, como antes sonhados, e beijo...
Jamais escreverei alma como a sua,
morrerei para vê-lo, depois voltarei às desalmadas ruas
para clamá-lo à altura;
morrerei por viver todas as vidas em uma.
Lutarei para amar e amá-lo como nunca;
Milênios sentidos em anos me machuca,
e, que machuque, que rebente em seus braços,
a minha fúria delicada que serve à tua.
(Rodrigo Almeida)
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