A música, sentida febre,
a melodia tinta, à óleo na harmonia íntima.
À raiz da pele...
A música que se dança nela,
e me revela vida.
Meus braços abrem,
o corpo é carícia
e lacrimeja.
E pisca.
E miopia.
Desfoque das mãos que correm
no lençol e dormem
amigas.
Meu maior medo
e a minha natural paralisia na música
é o sexo.
Porque o sexo hoje é uma epilepsia
num prato de porcelana.
Acabou-se a dança;
Leveza obesa.
O vôo na avançada idade,
acabou-se...
É cedo pra tanta puberdade.
Ainda não amanheceu a pele
nas mãos delicadas!
Na hora tenra,
deita-se o puro com soníferos
extraídos da superfície do homem pérfido.
E do medo de doer as faces oferecidas
se te violentam.
Amadureceram desvirtuados.
Hoje já me liberto.
Sou mais lançado vento
puro e transparente; inverno
e neve, quente,
sereno.
Permito-me movimentos
e também silêncio.
Puro.
descubro enfim a 21ª dinastia.
ResponderExcluirDe um rei só.
e no contraste entre o som que se dança, serve-se no fim o silêncio.
Puro.
Como todo o silêncio deve ser servido.
Que sensibilidade e virilidade de homem. Que poesia sensível e forte.
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